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Policial Terror em Pomerode

Professor construiu "cativeiro" sozinho para manter aluna escondida

Criança foi presa "dentro" da cama do homem; professor de matemática ainda criou pista falsa pra enganar a polícia. Cão farejador foi fundamental para localizar a adolescente.

28/08/2023 às 19h43
Por: Carneiro News Fonte: Diarinho
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Foto/Divulgação
Foto/Divulgação

28.08 - A aluna da rede municipal de Pomerode, de 12 anos, que foi encontrada na manhã de domingo num compartimento sob a cama do seu professor de matemática, um homem de 55 anos, estava escondida "dentro" da cama boxe do quarto do homem. 

O acusado foi preso na manhã de ontem fugindo para Curitiba e vai responder por sequestro para fins libidinosos, estupro de vulnerável e fraude processual.

O professor é carioca, formado em engenharia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mestrado em matemática. Há 26 anos atuava como professor na rede pública e privada e há um ano e nove meses era concursado na rede municipal de Pomerode. Pelo que foi apurado até agora, a criança teria concordado em se mudar de estado com o professor e chegou a fugir da casa da família.

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Professor convenceu menina

A vítima fugiu de casa na noite de sexta-feira, entre 22h e 23h. A criança deixou um bilhete para a família, dizendo que iria para Porto Alegre com uma amiga. Na verdade, ela foi ao encontro do professor que a levou com seu carro, um Toyota cinza, pra casa dele. A intenção, segundo o que ele falou à menina, era atender o chamado de um concurso na região de Curitiba, no Paraná. Os dois se mudariam para o estado vizinho, onde morariam juntos.

No sábado pela manhã, a menina já foi considerada desaparecida pela família. O pai ligou para o professor a fim de conseguir qualquer informação que ajudasse a localizá-la. A menina e o professor eram próximos e, por isso, o pai acreditou que ele pudesse ajudar com uma pista sobre o paradeiro da garota. O professor prontamente se colocou à disposição para ajudar nas buscas e até compartilhou nas redes sociais o pedido de ajuda para encontrar a adolescente.

A Polícia Civil assumiu o caso por volta do meio-dia de sábado. O delegado de Pomerode, Antonio Godoi, titular da investigação, visitou a casa da família. Ele percebeu que o caso era complexo e não se tratava de um desaparecimento "comum".

Na tarde de sábado, a polícia visitou o professor e logo passou a desconfiar dele, devido ao nervosismo demonstrado. Além disso, o homem foi solícito "até demais", o que também levantou suspeita.

Cão farejador ajudou a localizar cativeiro

A investigação começou a cruzar dados que haviam sido levantados e o resultado apontou o professor como o principal suspeito. Por volta das 7h30 de domingo, as polícias Civil e Científica cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do homem.

Ao chegarem no local, notaram que ele e o carro haviam sumidos. A polícia iniciou as buscas com o auxílio de um cão farejador. O animal havia farejado objetos pessoais da menina e, logo que entrou na casa, o dog apontou que a menor esteve ou estava no local.

Mas como uma mochila com as roupas e pertences da adolescente foi localizada na casa, os policiais entenderam que isso podia estar confundindo o faro do animal.

Por volta das 10h30, os policiais descobriram a placa do carro do suspeito e repassaram a informação à Polícia Rodoviária Federal. Às 11h20, a PRF, com apoio da Guarda Municipal de Joinville, encontrou o suspeito na região de Pirabeiraba. Ele estava sozinho, sem a menina, dirigindo o Corolla.

O professor foi interrogado pelo Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF e confessou o crime. Foi aí que ele revelou que a criança estava num cativeiro dentro do quarto da sua própria casa.

Cativeiro planejado

Segundo o delegado Rodrigo Raitez, da Divisão de Investigação Criminal (DIC), a menina estava escondida "dentro" de uma cama boxe comum, que nem era do modelo baú. O homem tirou os pés da cama, o que impossibilitou olhar por baixo dela. Ele também cerrou uma madeira que dava sustentação ao colchão.

Ou seja, a menina ficou escondida em um "buraco" entre o colchão, que ficava na parte de cima, e o chão. Havia um colchonete, cobertor e travesseiro.

Tentou despistar a polícia

Na madrugada de domingo, por volta das 5h30, o professor acordou a menina, pediu para ela ir ao esconderijo e ficar quieta, para que ninguém a encontrasse.

Ele saiu de casa com um celular que havia dado escondido para a garota. Isso porque os pais da menina a colocaram de castigo e tinha tirado o celular dela. Para que continuassem conversando, o professor cedeu um celular para a menina.

A fim de despistar a polícia, o homem saiu na madrugada de domingo pela BR 470, em direção a Navegantes, e mexeu no celular para acusar atividades na localização do aparelho. Ele retornou para casa e encontrou várias viaturas em frente ao local, já no cumprimento das buscas.

Ele então voltou para a rodovia e fugiu no sentido norte. O delegado acredita que ele estaria em direção a Curitiba, para se esconder em um apartamento do filho. A PRF o prendeu no meio do caminho.

Audiência de custódia

A polícia não divulgou para qual unidade prisional o professor foi levado, por questões de segurança. Ele deve passou por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira e será analisado o pedido de prisão preventiva.

A menina foi ouvida por uma policial psicóloga e os detalhes do seu depoimento não foram divulgados. A polícia deve ouvir colegas da menina e outras testemunhas.

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