12.07 - O pescador F.L.K., de 34 anos, confessou à polícia o assassinato da professora Carin Daiana Salomão, de 37 anos, e da companheira de trabalho dela, a recepcionista Raquel Jaqueline Hostins, de 32 anos. Elas foram mortas dentro da casa de Raquel, na rua Teodoro da Silva, no bairro Machados, em Navegantes, no dia 21 de junho. Os corpos foram encontrados 24 horas após o crime.
A conclusão da investigação da polícia Civil foi apresentada à imprensa em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira. Para o delegado Roney Pericles, da Divisão de Investigação Criminal (DIC), não houve feminicídio porque não havia envolvimento afetivo ou sexual do assassino com as vítimas. O delegado também explicou que o pescador não demonstrou qualquer arrependimento e que os exames feitos até agora descartaram violência sexual.
Preso no Complexo Penitenciário da Canhanduba desde a descoberta dos corpos, F. se revelou uma pessoa fria. O delegado contou que o acusado riu e conversou naturalmente antes do depoimento à polícia. O assassino afirmou ter usado cocaína e tomado muitas bebidas alcoólicas antes do crime.
Ele disse que sua intenção inicial era matar apenas Raquel porque ela teria falado mal de uma pessoa especial para ele. Carin, companheira de Raquel teria sido morta porque chegou à residência uma hora após o assassinato. Ela foi atacada por F. sem saber o que estava acontecendo. O pescador alegou que a matou Carin para que ela não encontrasse o corpo de Raquel ainda no quarto.
O duplo homicídio
Carin e Raquel foram mortas com golpes de faca no pescoço dentro da casa de Raquel no dia em que ela reencontrou um amigo de infância, que é o suspeito dos homicídios. Naquela sexta-feira (21/6), os dois se viram após anos sem contato e tiveram um encontro. Almoçaram juntos, ingeriram bebida alcoólica durante a tarde e foram até o imóvel da mulher no bairro Machados.
O assassino, então, foi para a casa da mãe dele pegar um carro emprestado. Ao ter o pedido negado, discutiu com a família e jogou uma pedra contra o veículo. Na sequência, foi sozinho para outro lugar e continuou a beber, além de usar outras drogas, conta o delegado Roney Péricles.
Ele voltou para a casa de Raquel, que, na versão dada em depoimento pelo indiciado, teria dito algo que o desagradou, o que gerou um desentendimento entre os dois e o esfaqueamento. Carin, que não conhecia o homem, foi até a residência da amiga no momento em que o assassino estava no local.
F., que tem passagens por crimes patrimoniais e de violência doméstica, está preso desde a descoberta das mortes e deve responder por duplo homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e sem chance de defesa das vítimas. Se condenado à pena máxima, pode pegar até 60 anos de prisão. O inquérito agora será entregue ao Ministério Público para o andamento do processo judicial.
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