03.07 - Ralf Junior Dombek Manke, 37 anos, suspeito de ter tirado a vida de Thiago Adolfo, 29 anos, e Deyvid Luiz Leite, 46 anos, na tarde de terça-feira, 1º, em Balneário Piçarras teve a prisão preventiva decretada ontem, 2. A decisão é do juiz da Vara Regional de Garantias da Comarca de Itajaí, Paulo Eduardo Huergo Farah, proferida após a realização da audiência de custódia. O juiz não considerou a tese de legítima defesa. Com o decreto, ele continuará preso no Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí.
“Denota-se que o conduzido foi até a reunião previamente agendada com as vítimas já na posse de uma arma de fogo, sendo que, de acordo com o constante os autos, com as vítimas não foi localizada nenhuma arma de fogo, faca ou qualquer objeto que pudesse ser utilizado como instrumento de agressão”, escreveu o magistrado no despacho que reverteu a prisão de flagrante para preventiva.
A Defesa de Ralf, durante a audiência de custódia, se posicionou pela nulidade da prisão em flagrante, argumentando que o acusado não fugiu e que ele mesmo acionou a Polícia Militar para se entregar, não se enquadrando nas hipóteses do Código Penal. Por isso, pediu o relaxamento da prisão. Alternativamente, solicitou liberdade provisória com medidas cautelares, destacando legítima defesa, primariedade, residência fixa e ocupação lícita. Ele foi preso no estacionamento de um posto de combustíveis, às margens da Rodovia BR-101, após ter acionado a Polícia Militar e comunicado o crime.
O magistrado, no entanto, refutou os pedidos, repedindo que a “alegação de que o conduzido agiu em legítima defesa/estado de necessidade considerando as circunstâncias até então relatadas nos autos, especialmente diante da ausência de localização de qualquer artefato que pudesse ser utilizado pelas vítimas como instrumento de agressão, a alegada excludente de ilicitude não merece ser acolhida, tendo em vista a necessária incursão probatória, que poderá ser realizada em eventual produção probatória em ação penal”.
A delegada da Polícia Civil de Santa Catarina, Beatriz Ribas, é a responsável pelo caso. Ela afirmou que Ralf estaria em negociação para vender parte da imobiliária aos novos sócios. Ao G1SC, a delegada afirmou que Ralf “teria se desentendido e, acreditando que os dois indivíduos que estavam na sala, na imobiliária, pudessem estar armados, pois estavam de jaqueta, ele teria desferido os disparos contra os dois. Ele alega legítima defesa. Isso vai ser questionado, porque não tinha outra arma na cena do crime além da arma do autor.
O crime ocorreu dentro da imobiliária do suspeito – localizada em uma sala comercial na esquina da Avenida Emanoel Pinto com a Rua Manoel Figueredo – local onde havia câmeras de monitoramento. A delegada, no entanto, destacou que o aparelho utilizado para armazenar as imagens não foi localizado.
O DVR que faz a gravação não estava no local. Foi tirado alguns dias antes, não se sabe quando exatamente, mas a última vez que foi gravado foi na sexta-feira passada, disse Beatriz ao G1SC.
Quem são as vítimas
As vítimas foram identificadas como Thiago Adolfo, que era corretor em outra imobiliária, e Deyvid Luiz Leite que era corretor e sócio do suspeito. Deyvid também era conhecido na região por conta da música, já que trabalhava como cantor.
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